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domingo, 21 de agosto de 2011

Manifesto por Uma Educação de Verdade - por Eliane Steuck

Por Eliane Renata Steuck
Mãe e Educadora

Filhos adolescentes são sinônimo de noites mal dormidas, de constantes dores de cabeça, de decepções e desesperos. Neles podemos ver um pouco de nós mesmos, é onde projetamos nosso sonhos e realizações, como amamos estas criaturas. Não perdemos o sono pelo dia presente, mas pelo seu futuro. Queremos que se encaixem entre os melhores, não importa o caminho que sigam. Para isso, buscamos a melhor formação, incentivamos a companhia de bons amigos, oferecemos exemplos, compartilhamos nossos valores.
            Como muitos pais, procurei uma escola em que minha filha pudesse vivenciar tudo o que considero importante, que na minha ausência de mãe trabalhadora, orientasse e contribuísse para fortalecer a educação que ofereci desde criança.
            Escolhi o Instituto Federal Catarinense, o conhecido Colégio Agrícola de Camboriú - CAC. Não pensei em segunda opção, com a vida aprendi que esta história de segunda opção é uma desculpa pelo medo de falhar.
            Aprovada, foi cursar o curso Técnico em Agropecuária: Disciplinas do técnico de manhã e do ensino médio à tarde. Estranhou bastante o ritmo no início, claro! (Acostumada a ficar na internet a tarde toda – e era isto que eu não queria) Mas se adaptou à rotina.
            Desta rotina fazia parte, inclusive, cuidar do seu espaço, mantê-lo limpo, organizado. Coisa que todo o adolescente tem que fazer em casa. E que acredito ser adequado uma vez que a escola oferece armários, chuveiros, alimentação, além, é claro de educação de alta qualidade.
            Surpresa foi saber que alguns pais se manifestaram contra esta atividade, considerada “trabalho escravo”!? Procurei definições para o termo e em nenhuma a descrição do que os alunos do IFC faziam se encaixava, principalmente pelo fato de que, no momento da matrícula, os pais foram orientados quanto à rotina da escola e aceitaram os termos.
            Como mãe não posso deixar de manifestar contrariedade quanto ao pensamento destes pais.
Desde a década de 60 o CAC forma profissionais competentes para atuação no mercado de trabalho, forma cidadãos honestos, responsáveis e de condição intelectual invejável. Qualidades que considero indispensáveis e que estão cada vez mais difíceis de encontrar.
Com certeza, não realizar mais atividades como limpar os banheiros do alojamento (que os próprios alunos utilizam à vontade) não diminuirá sua condição intelectual, ou os fará menos capazes de seguir uma carreira de sucesso. Mas imagino com serão as gavetas de seus escritórios, os arquivos de documentos de seus clientes, os panos de prato de suas casas...
Podemos continuar formando adolescentes que não recolhem sua roupa suja do chão do banheiro, não levam o copo do achocolatado de volta para a cozinha, que “postam” comentários no lugar de conversar. Adolescentes que bebem em excesso por não ter razão para ficar sóbrio, que sempre recebem pronto para não lidar com a frustração de errar ou não conseguir.
Para estes posso sugerir que façam sua formação em Agropecuária na fazendinha do Orkut ou no jogo de jardim do Facebook.
Realmente, são os pais que estragam os filhos...

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