O Desenvolvimento Sustentável do Planeta é um
compromisso assumido por mais de 170 países na Conferência realizada durante a
Rio-92, no Rio de Janeiro. Nesta Conferência, a implantação da Agenda 21, foi o
mais importante compromisso firmado entre os países, onde mais de 2.500
recomendações práticas foram estabelecidas tendo como objetivo preparar o mundo
para os desafios do século XXI.
A Agenda 21 é um programa de ação, baseado num documento de 40 capítulos, que
se constituí na mais ousada e abrangente tentativa já realizada, em promover,
em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de
proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Trata-se, portanto,
de um documento consensual resultante de uma série de encontros promovidos pela
Organização das Nações Unidas, com o tema “Meio Ambiente e suas Relações com o
Desenvolvimento”. O ponto central nesse processo é o levantamento das prioridades
do desenvolvimento de uma comunidade e a formulação de um plano de ação, tendo
em vista a sustentabilidade e a integração dos aspectos sociais, econômicos,
ambientais e culturais, dentro de uma visão abrangente, ou seja, em longo
prazo. A Agenda 21 é sem dúvida alguma, um importante instrumento nesse caminho
de mudanças.
Podemos dizer, que o objetivo da Agenda 21 é o de promover o Desenvolvimento
Sustentável. Isto significa que devemos melhorar a qualidade de vida do futuro,
adotando iniciativas sociais, econômicas e ambientais que nos levem a um
planejamento justo, com vistas a atender às necessidades humanas enquanto se
planeja cuidadosamente os diferentes usos dos recursos naturais, possibilitando
assim, o mesmo direito às gerações futuras.
Para atingir tal objetivo, as cidades têm a responsabilidade de implementar as
Agendas 21 Locais, através de um processo participativo e multissetorial,
visando a elaboração de um plano de ação para o desenvolvimento sustentável do
Município.
Agenda 21 Local:
A Agenda 21 Local serve para alcançar os
objetivos propostos na Agenda 21 Nacional publicada no ano de 2002, visando
melhorar a qualidade de vida de toda a população, sem comprometer as gerações
futuras, tornando os Municípios e localidades mais humanas e saudáveis. Com a
Agenda 21 Local a comunidade se organiza, aprende, discute, identifica suas
potencialidades e dificuldades e ainda, propõe soluções com o objetivo de
concretizar o sonho de uma vida melhor.
A construção da Agenda 21 Local não é uma tarefa somente do poder público. É um
pacto de toda a sociedade, um compromisso de cada cidadão com a qualidade de
vida do seu bairro, da sua cidade, enfim, do nosso planeta.
Uma pequena ação positiva ou negativa em sua comunidade refletirá em sua
cidade, consequentemente sua cidade em seu estado, seu estado em seu país e seu
país em todo o mundo. Ou seja, a atitude de cada cidadão é de extrema
importância para o presente e o futuro do planeta. Por isso é que se diz:
“Pensar globalmente, agir localmente”. A participação efetiva da sociedade
de forma coletiva e pactuada é, sem dúvida alguma, o diferencial que poderá
superar os desafios a serem enfrentados e, fundamentalmente, assegurar que esse
resultado seja utilizado como um instrumento norteador para o desenvolvimento
local. A Agenda 21, acordo firmado entre 179 países durante a conferência das
nações unidas para meio ambiente e desenvolvimento em 1992 se constitui num
poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo
paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando
maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, e promovendo a
qualidade, não apenas a quantidade do crescimento.
Com a Agenda 21 criou-se um instrumento aprovado internacionalmente, que tornou
possível repensar o planejamento. Abriu-se o caminho capaz de ajudar a
construir politicamente as bases de um plano de ação e de um planejamento
participativo em nível global, nacional e local, de forma gradual e negociada,
tendo como meta um novo paradigma econômico e civilizatório.
Ao instalar a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda
21 o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizava claramente seu
objetivo de redefinir o modelo de desenvolvimento do país, introduzindo o
conceito de sustentabilidade e qualificando-o com os tons da potencialidade e
da vulnerabilidade do Brasil no quadro internacional.
Agenda 21 Global:
É um plano de ação estratégico, que constitui a
mais ousada e abrangente tentativa já feita de promover, em escala planetária,
novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica. Trata-se de decisão consensual
extraída de documento de quarenta capítulos, para o qual contribuíram governos
e instituições da sociedade civil de 179 países, envolvidos, por dois anos, em
um processo preparatório que culminou com a realização da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, em 1992, no Rio
de Janeiro, conhecida por ECO-92.
Apesar de ser um ato internacional, sem caráter mandatório, a ampla adesão aos
seus princípios tem favorecido a inserção de novas posturas frente aos usos dos
recursos naturais, a alteração de padrões de consumo e a adoção de tecnologias mais
brandas e limpas, e representa uma tomada de posição ante a premente
necessidade de assegurar a manutenção da qualidade do ambiente natural e dos
complexos ciclos da biosfera.
Além da Agenda 21, resultaram desse processo quatro outros acordos: Declaração
do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; Declaração de Princípios sobre o
Uso das Florestas; Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica; e
Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A Agenda 21 Global
está estruturada em quatro seções:
Dimensões sociais e econômicas
- Seção onde são discutidas, entre outras, as políticas internacionais que
podem ajudar a viabilizar o desenvolvimento sustentável nos países em
desenvolvimento; as estratégias de combate à pobreza e à miséria; a necessidade
de introduzir mudanças nos padrões de produção e consumo; as inter-relações
entre sustentabilidade e dinâmica demográfica; e as propostas para a melhoria
da saúde pública e da qualidade de vida dos assentamentos humanos;
Conservação e gestão dos recursos
para o desenvolvimento - Diz respeito ao manejo dos recursos naturais
(incluindo solos, água, mares e energia) e de resíduos e substâncias tóxicas de
forma a assegurar o desenvolvimento sustentável;
Fortalecimento do papel dos
principais grupos sociais - Aborda as ações necessárias para
promover a participação, nos processos decisórios, de alguns dos segmentos
sociais mais relevantes. São debatidas medidas destinadas a garantir a
participação dos jovens, dos povos indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e
sindicatos, dos representantes da comunidade científica e tecnológica, dos
agricultores e dos empresários (comércio e indústria);
Meios de implementação -
Discorre sobre mecanismos financeiros e instrumentos jurídicos nacionais e
internacionais existentes e a serem criados, com vistas à implementação de
programas e projetos orientados para a sustentabilidade.
Desenvolvimento Sustentável:
Existem diferentes interpretações para o termo
desenvolvimento sustentável. No entanto, o governo brasileiro adota a definição
apresentada no documento Nosso futuro comum, publicado em 1987, também
conhecido como Relatório Bruntland, no qual desenvolvimento sustentável é
concebido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades”.
O Relatório Bruntland – elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas e presidida pela
então Primeira-Ministra da Noruega, Gro-Bruntland – faz parte de uma série de
iniciativas1, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do
modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido
pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos
recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O
relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e
os padrões de produção e consumo vigentes.
Merecem destaque as seguintes:
* a Declaração de Estocolmo, aprovada durante a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, julho 1972), que, pela primeira
vez, introduziu, na agenda política internacional, a dimensão ambiental como
condicionadora e limitadora do modelo tradicional de crescimento econômico e de
uso de recursos naturais;
* a publicação do documento A Estratégia mundial para a conservação (Nova
Iorque, 1980), elaborado sob patrocínio e supervisão do PNUMA - Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, da UICN - União Internacional para a
Conservação da Natureza e do WWF - Fundo Mundial para a Natureza;
* o documento Nosso futuro comum citado acima;
* a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (dezembro, 1989),
solicitando a organização de uma reunião mundial (CNUMAD - 92), para elaborar
estratégia com o fim de deter e reverter os processos de degradação ambiental e
promover o desenvolvimento sustentável.